2016

Estou há oito dias na casa - no interior de SP - dos meus pais e além de ler, comer e dormir muito, também sobrou espaço para muita reflexão. Bem próximo das festas de fim de ano aconteceram coisas que a princípio eu nomeei de “boas” e “ruins” e que depois com o passar do tempo, eu percebi que era errôneo esse rótulo, porque coisas a princípio boas podem se tornar ou terem partes ruins e vice-versa. Esses acontecimentos foram verdadeiros feedbacks de tudo o que eu fiz ou me empenhei esse ano. E refletindo sobre tudo isso eu resolvi escrever uma espécie de resolução para o ano que se inicia, o quão clichê é isso, não é mesmo? rs.

Pois bem.

Eu não sei se foi a forma como eu fui criada ou se é inerente do meu ser ou se são as duas coisas, mas o fato é que eu sou uma pessoa que se preocupa demais com as outras. Eu já ouvi várias vezes que eu sou “a mãe” da turma, isso mesmo antes de eu ser mãe. Meu pai brinca, que para fazer a boa ação eu faço a velhinha atravessar a rua, mesmo que ela não queira atravessar a rua, apenas pelo fato de fazer a boa ação. E isso virou uma analogia pra todo o resto da minha vida. Quantas vezes não nos pegamos tentando ajudar alguém que não quer ser ajudado? Ou nos metendo em situações que apenas existem nas nossas cabeças e criando grandes confusões? Eu mesma, nesse segundo semestre de 2015 fiz um pouco das duas coisas. Confesso!
E acabei por pensar em vários momentos desses que eu deveria mudar, que eu deveria ser diferente, que eu deveria ser como falam nos treinamentos de liderança pessoal que eu fiz e ser mais egoísta e pensar mais em mim. Que ninguém dá valor para mim, que muitos abusam desse meu jeito e da minha incapacidade de dizer: “não!”. No último desses acontecimentos, foi tão próximo ao coração, porque foi uma pessoa que eu me dediquei muitos anos, de quem eu cuidei com muito carinho e a ingratidão, injustiça e até a infantilidade de suas palavras, cortaram fundo, sinceramente eu ainda estava tentando esquecer que aconteceu. Só que aí há dois dias, eu recebi uma mensagem no celular de uma conhecida, alguém que eu conheço através do trabalho e de amigas em comum, alguém que eu ajudei com o meu conhecimento na rede de ensino que trabalhamos e em coisas assim por dizer “burocráticas”, conselhos na área profissional, coisas que me vieram de forma mais fácil por ter a minha mãe que me ajudou e ajuda sempre. E na mensagem ela escreveu e eu repito as palavras com exatidão: “E mto obrigada por esse ano! (...) super agradeço o colo, por tds as x que me vi perdida. Vc arrasou super na minha vida!”.

Então eu percebi que como não existe bom ou ruím, também não cabe aqui fórmula mágica ou forma correta (leia-se igual) de fazer. Existem pessoas que vão dar valor no seu empenho, conselho, jeito de agir etc e saberão que você é um ser falho, como todo mundo e que no meio de toda a sua tentativa de fazer o certo, possívelmente você vai falhar ou acabar metendo os pés pelas mãos, mas conseguiram enxergar você no meio dessa confusão e validar o que você significa. E se caso não conseguirem ou não souberem ou não quiserem, talvez um dia percebam e voltem ou talvez não, mas a culpa não é a forma como você é, você não precisa mudar quem você é, apenas usar o acontecimento como aprendizado e melhorar. No meu caso, houveram dois incidentes chatos que acarretaram em situações desagradáveis com quem eu gosto, essa que eu escrevi acima onde ela só queria me contar o que acontecia com ela, como por exemplo sofrer maus tratos e que eu só escutasse, não falasse mais nada. Eu falava novamente que ela deveria procurar ajuda e nessa fala, ela me chamou  de moralista, disse coisas que eu nunca disse (que ela imaginou) e outras que eu disse e jogou tudo na minha cara. Eu desci do salto, confesso! Também disse coisas que eu me arrependo agora, por estar magoada no momento, mas ok. E da segunda vez foi algo parecido com que eu escrevi lá em cima: das situações que só existem na nossa cabeça. Nesse caso eu me magoei por não me “enxergarem” no meio da confusão e usarem palavras um tanto cruéis. Que me fez pensar: “será mesmo que eu merecia ouvir tudo isso?”. E eu me desculpei, chorei, penso nisso sempre e desde então fiquei na minha, esperando que viessem falar comigo. Por enquanto nada. E aí eu me dei conta que como a pessoa mesmo disse, talvez ela não tenha tempo pra mim ou não queira ter, o que me parece mais provável, por que eu sou da opinião que a gente arruma tempo para o que a gente quer ter tempo. Mas ok, novamente.



Acho que eu fico mesmo diferente. Quando eu falo tudo o que eu penso realmente. Mostro a todo mundo que eu não sei quem sou. E uso as palavras de um perdedor

Perdendo Dentes Pato Fu.  


De qualquer forma, a minha reflexão para 2016 é continuar me importando, me doando, me dedicando,sem me esquecer de mim ou querer abraçar mais projetos ou pessoas do que eu posso. E quando eu me deparar com situações como as de 2015 eu acredito que saberei lidar melhor com elas e se as pessoas decidirem sair da minha vida por causa disso, eu saberei que eu fui honesta com os meus sentimentos e não sofrerei por não ter feito ou dito o que eu queria fazer ou dizer. Começo esse ano mais leve e resolvida com que já foi e que não está em meu alcance mudar.

Desculpe se isso não fizer o menor sentido pra você. Apenas senti que era algo que eu deveria dizer, colocar pra fora. Sinto-me melhor agora!

Beijos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário